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Uma reflexão sobre os principais desafios da saúde para a próxima década. Não será fácil, mas, com inteligência e bom senso aplicados, poderemos vencê-los.

POR LADISLAU MARQUES DE ALMEIDA*

Se prever o futuro é um dom dos versados nas artes místicas, planejá-lo é algo que todos nós podemos fazer. Aliás, o “fazer a nossa parte” foi uma mantra – e continua a ser um legado – dos momentos mais agudos que vivenciamos com a pandemia da COVID-19. Diante do cenário devastador para os seres humanos, causado um minúsculo e até então desconhecido inimigo, a lição foi dada. E, agora, resta saber se aprendemos alguma coisa dela, para construir um futuro melhor.

No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma lista contendo vários desafios globais para a saúde para a próxima década, formalizados especialmente na estruturação de uma sociedade mais solidária e justa, para garantir a segurança e o bem-estar dos povos que habitam nosso planeta. Com isso em miras, uma das soluções propostas pelo órgão foi a construção de uma força de trabalho global de emergências em saúde, que treinasse e padronizasse a assistência médica para garantir saúde pública de qualidade.

Outra proposta, inspirada pela lição mais clara da pandemia nos ensinou, que são as tristes consequência de se negligenciar nossos sistemas de saúde, foi a de implementar um novo programa de atenção primária à saúde a ser ofertado aos países membros da OMS para ajudá-los na tratativa do tema. E outra, ainda, derivou do fato de que pandemia da COVID-19 chamou a atenção para as profundas disparidades que persistem entre os países do mundo, e algumas até mesmo dentro de cada um, que precisam a todo custo serem equacionadas, a fim de garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde de qualidade, tornando-o mais justo.

Ainda tendo em tela esse cenário, aponta o documento, é preciso aproveitar as benesses e possibilidades aportadas pelo uso das novas tecnologias, que já estão revolucionando nossa habilidade de prevenir, diagnosticar e tratar muitas doenças. Provas disso não faltam, e merecem registro especial, tais como a edição do genoma, a biologia sintética e as tecnologias digitais de saúde, como inteligência artificial, que podem resolver muitos problemas, mas que, também, em contrapartida, levantam novas questões e desafios para monitoramento e regulamentação. Em outras palavras, sem uma compreensão mais profunda das implicações éticas e sociais, essas novas tecnologias podem prejudicar as pessoas as quais pretendem ajudar.

Outra coisa evidenciada na lista da OMS, que não pode ser deixada para depois, é a preparação para novas epidemias. E o comentário que alinha essa necessidade inquestionável é acachapante: “Uma nova pandemia, de um vírus altamente infeccioso no ar – provavelmente uma cepa de influenza – a qual muitas pessoas não têm imunidade é inevitável. O problema não é se haverá uma nova pandemia, mas quando, e quando ela se espalhará rapidamente, potencialmente ameaçando milhares de vidas. Enquanto isso, doenças transmitidas por vetores como malária, dengue, zika, chikungunya e febre amarela estão se espalhando à medida que o mosquito se desloca para novas áreas, afetadas pelas mudanças climáticas.”

Com tudo isso, fica mais do que claro que resolver os problemas atinentes às saúde não é, e nem pode ser, uma preocupação de uma única ou de apenas algumas poucas nações afetadas e mais vulneráveis, e, sim, de todas aquelas que integram o planeta em que vivemos. E a constatação que se tem, alinhada àquela da Organização Mundial da Saúde é que, infelizmente, os líderes não estão investindo recursos suficientes nas principais prioridades e sistemas de saúde. E isso coloca vidas, meios de subsistência e economias em risco. É claro, nenhuma dessas questões é simples de se resolver. Mas, com esforço, podem – e precisam – ser alcançadas. A saúde pública é, em última análise, uma escolha política. E precisamos cada vez mais nos conscientizar que a saúde é um investimento que se faz, sobretudo, para garantir o futuro. É como diz o documento da OMS: “Investir agora salvará vidas – e dinheiro – mais tarde. O custo de não fazer nada é aquele que não podemos pagar.”

*LADISLAU MARQUES DE ALMEIDA é socio da G2 Medicina Diagnóstica, um laboratório de apoio em análises clínicas, que tem por objetivo transformar tecnologia avançada e excelência em serviços em um importante diferencial para todos os clientes.

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