Especialista Lirane Suliano explica como a técnica reconhecida pelo Ministério da Saúde e pelo SUS pode auxiliar no tratamento da SOP e nos casos de infertilidade.
Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) afeta entre 6% e 16% da população feminina em idade reprodutiva (15 e 49 anos). A SOP provoca alterações hormonais, aumento de peso, acne, ovulação irregular, cistos nos ovários e sangramento excessivo durante a menstruação. A doença ainda pode aumentar o risco de desenvolver a síndrome metabólica (conjunto de fatores que eleva as chances de diabetes e problemas cardíacos) e está associada com a resistência à insulina, colesterol alto, hipertensão e dificuldade para engravidar. Dados divulgados pela Febrasgo indicam que a SOP é responsável por 80% das ocorrências de infertilidade anovulatória, ou seja, nos casos que a infertilidade é causada pela ausência de ovulação. A especialista em auriculoterapia, Lirane Suliano, explica como a técnica pode auxiliar no tratamento alternativo e natural da SOP.
“A SOP é considerada a doença endócrino mais comum nas mulheres em idade reprodutiva. Em geral a mulher não ovula por conta do desequilíbrio hormonal causado pela doença, que causa um desequilíbrio hormonal que pode causar um aumento dos hormônios androgênicos (dentre eles a testosterona). A síndrome também tem relação com o hormônio luteinizante, produzido pela hipófise e com o hormônio folículo estimulante, que atua no funcionamento dos ovários. Alguns sintomas podem favorecer um diagnóstico para a SOP: ciclos irregulares, longos, sinais de excesso de hormônio masculino e obesidade. Outro ponto que merece atenção é o nível de insulina circulante no organismo, pois a alta desse hormônio pode culminar no aumento da testosterona e causar o aparecimento de cistos, que caracterizam a SOP”, explica Suliano.
A especialista em auriculoterapia, técnica recomendada pela Organização Mundial da Saúde, reconhecida pelo Ministério da Saúde e pelo SUS como Prática Integrativa e Complementar, pode ser utilizada no tratamento da SOP por meio do estímulo de pontos localizados no pavilhão auricular que têm ligação com os ovários, hipófise, hipotálamo, equilibrando a produção hormonal, além de atuar em pontos que promovem a analgesia, com o grande diferencial de não utilizar medicamentos. Além disso, atua em dois grandes sintomas da doença: a ausência de menstruação e a obesidade, agindo na diminuição do tamanho dos cistos.
“O tratamento da SOP passa por orientação nutricional, atividade física, controle do ciclo menstrual e dos níveis de testosterona e o tratamento farmacológico além de causar efeitos colaterais como irritação gastrointestinal (diarreia e náuseas) não é recomendado para pessoas com problemas renais, pulmonares, hepáticos e cardíacos. A auriculoterapia surge como uma possibilidade de tratamento natural que pode ser utilizado na SOP e nos casos de dificuldade para engravidar”, explica Lirane.
A farmacêutica Vanessa de Lima optou pelas sessões de auriculoterapia para tratar a SOP e teve resultados satisfatórios: “gostei muito dos resultados da auriculoterapia no meu tratamento para a SOP. Por conta da doença eu parei de usar pílula anticoncepcional porque não estava me fazendo bem. Eu sentia muitas dores, mas na primeira sessão de auriculoterapia elas foram embora e voltei a menstruar normalmente. Outro ponto é que, por conta da SOP, eu tinha um corrimento vaginal que me incomodava. Cheguei a usar vários medicamentos e nada de melhorar. Depois das sessões o corrimento parou. A fome excessiva que eu sentia, que estava associada à SOP não é mais um problema e a compulsão por doces também parou. Minha pele era muito oleosa, um sintoma comum nas mulheres com síndrome do ovário policístico, mas já pude perceber uma melhora considerável”, comemora a paciente.
Fonte: Auricoloterapista Lirane Suliano