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Empresas apostam na restrição a conteúdo nocivo, promoção de conteúdo de qualidade, ferramentas de controle para o usuário e contato direto com centros de prevenção.

Foto: SurfsUp/Shutterstock.

Em junho, o TikTok lançou uma ferramenta de gerenciamento de tempo na plataforma. Foi um dos esforços que o aplicativo da Bytedance para auxiliar na implementação de recursos que visam o bem-estar do usuário. Assim como ele, outras plataformas sociais empreendem nessas iniciativas em quatro pilares principais: restrição a conteúdo nocivo, promoção de conteúdo de qualidade, ferramentas de controle para o usuário e contato direto com centros de prevenção.

Agora, no TikTok os usuários podem definir limites diários de tempo de tela no aplicativo e programar avisos para fazer uma pausa após um determinado período de tempo que passa ininterruptamente na plataforma. O controle de tela já era uma realidade no TikTok, mas ele expirava após um limite diário. Desta vez, o usuário tem acesso a um painel com informações sobre acesso e tempo gasto no aplicativo e recebe notificações semanais para revisitar esse painel. Os mais novos, de 13 a 17 anos, recebem avisos sobre bem-estar digital quando passam mais de 100 minutos no aplicativo.

Junto com a novidade, a plataforma publicou um guia na Central de Segurança sobre como refletir sobre bem-estar digital com família e amigos, visando incentivar a sua comunidade a refletir sobre o tempo gasto online, seja no TikTok ou em qualquer outra plataforma. O aplicativo da chinesa Bytedance ainda afirma que é parceiro de organizações especialistas em saúde mental para manter um diálogo constante sobre melhorias da plataforma. Além das ferramentas adicionais recém-lançadas, o TikTok realiza campanhas desde 2020 com recomendações de canais de ajuda em relação a saúde mental e divulgando recomendações de cuidados e o conteúdo de centros e organizações que estão presentes no aplicativo, como o Centro de Valorização da Vida, Instituto Vita Alere, Safernet e Unicef.

Controle e livre-arbítrio

Uma rede social que nos últimos anos vem investindo mais em recursos de controle na mão do usuário é o Twitter. Reconhecido por ser palco para discussões acaloradas, principalmente no âmbito que questões sócio-políticas, a plataforma realiza um controle próprio baseado nas diretrizes da comunidade, mas também permite que o usuário, de certa forma, customize o Twitter de acordo com os assuntos que quer acompanhar, com quem quer interagir, entre outros. A mais recente, lançada em maio, é a sua versão própria do que foi lançada previamente pelo Instagram como “Melhores Amigos” e ganhou o nome de “Roda do Twitter” na rede do pássaro azul. Ela permite que usuários de conta pública possam publicar comentários, fotos ou vídeos que podem ser visualizados e interativos para um seleto grupo de pessoas (até 150) eleitas pelo usuário em questão. Ainda no tópico conversas, o usuário também tem a possibilidade de escolher quem pode responder a determinada publicação (qualquer pessoa, apenas as que ela segue ou as mencionadas).

Recentemente, ainda foi dado ao usuário a possibilidade de sair de conversas que está envolvido ao negar que os usuários o mencionem para desencorajar o abuso das menções a outras pessoas e eles são avisados quando o Twitter detecta linguagem prejudicial ou ofensiva quando está redigindo uma publicação para que ele possa rever a atitude. Outros recursos envolvem silenciar silenciar palavras, frases, nomes de usuário, emojis ou hashtags para que eles não apareçam entre os conteúdos, remover contas específicas do feed sem bloqueá-las, bloquear de fato, e escolher quem pode o seguir.

Tendo em vista que nem sempre o controle do usuário é suficiente para impedir que o mesmo busque saídas não recomendadas para seus desafios pessoais, outra estratégia adotada pelo Twitter é criar canais de comunicação diretos e informações providenciadas por organizações reconhecidas por tratar de questões envolvendo saúde mental. Em 2020, plataforma e a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio anunciou a ampliação de recursos em prol da #PrevençãoDoSuicídio com mais de 20 parceiros de organizações sem fins lucrativos globalmente. Quando um usuário faz uma busca por termos associados ao tema, o primeiro resultado é uma notificação incentivando a procura por apoio, com os contatos do CVV. Nesse tópico, a plataforma proíbe a publicação de conteúdo que promova ou incentive o suicídio ou comportamentos de automutilação. Os usuários são incentivados a identificar casos de automutilação e suicídio e realizar denúncias na Central de Ajuda da plataforma. Já o #ExisteAjuda é um projeto com autoridades locais e organizações sem fins lucrativos que fornece informações e suporte na pesquisa de termos ligados à saúde mental.

Frente ampla

A Meta argumenta que trabalha com saúde mental há dez anos em suas plataformas, dando maior controle ao usuário e desenvolvendo programas de educação e conscientização com especialistas. No controle do usuário, a empresa desenvolveu o Modo Soneca, para que o usuário não seja interrompido por notificações em determinados horários estabelecidos por ele, a opção de deixar de seguir ou ocultar pessoas, páginas ou grupos no Facebook, assim como ocultar mensagens diretas ou comentários no Instagram com palavras ofensivas ou nocivas ou restringir comentários nas publicações. O Facebook e Instagram também contam com paineis que os informam sobre o tempo de uso e, em 2021, lançou o “Faca uma pausa” no Instagram que sugere uma pausa aos usuários quando esses extrapolam um tempo estabelecido pelos mesmos.

A Meta também apoia conteúdo criado especificamente sobre esses temas, como o projeto A Internet Que a Gente Faz, lançado em fevereiro pela Contente, do Instituto Vita Alere de Prevenção e da Posvenção do Suicídio e da Safernet, que reune profissionais de saúde mental, especialistas, pais, educadores e influenciadores para debater como construir um espaço online mais saudável e diverso em diversos formatos de conteúdo.

A empresa ainda conta com a Central de Saúde Emocional, para conectar as pessoas a organizações e grupos de apoio, além de divulgar conteúdo do Instituto Vita Alere e o Centro Mente Aberta Mindfulness Brasil para lidar com estresse, ansiedade, luto, perda, crise emocional, Covid-19 e dicas de hábitos saudáveis. A Central de Segurança do Facebook também inclui uma central de Prevenção de Suicídio, com materais de discussões desenvolvidos pela SaferNet Brasil, Instituto Vita Alere e outros parceiros globais.

Informação de qualidade

A visão do YouTube sobre o tema envolve controle de conteúdo, para garantir que o usuário não se depare com publicações nocivas e desinformação sobre o tema, mas também a promoção daqueles vídeos que podem gerar identificação entre criador de conteúdo e audiência, desmistificar o tabu que é conversar sobre saúde mental e proporcionar um espaço de acolhimento.

No monitoramento de conteúdo, o streaming trabalha com remoção de comentários de conteúdo nocivo, redução do alcance conteúdo que está no limite da conformidade com as políticas da plataforma, recomenda conteúdo confiável e recompensa criadores que atendem os padrões de qualidade estabelecidos. Alguns dos conteúdos proibidos são os que ameace ou persiga pessoas com insultos e malícia com base em características do indivíduo, ou com objetivo de chocar usuários, promover suicídio ou automutilação ou represente risco.

Ao mesmo tempo, o YouTube apoia criadores que discutem sua experiência com depressão, automutilação ou outras questões envolvendo saúde mental. Assim, alguns dos esforços nesse sentido foram a realização, em setembro de 2020, de uma edição do projeto Conversas Que Importam, em que Rita Von Hunty, Rennan da Penha, Cintia Aleixo e Lucca Najar debateram sobre empatia, autocuidado e a importância de redes de apoio em saúde mental.

Já em 2022, em parceria com o Instituto Vita Alere, o YouTube criou uma playlist para trazer mais informação de qualidade sobre o tema. A plataforma ainda tem parcerias com instituições com o objetivo de incentivar a produção de conteúdo de qualidade sobre os temas e evidencia vídeos de fontes confiáveis, como o canal do Dr. Dráuzio Varella . Na busca sobre temas relacionados, o YouTube exibe um box de informações sobre sintomas e tratamento criado pelo Hospital Albert Einstein e exibe o número do Centro de Valorização da Vida (CVV) na busca pelos termos “suicídio”, “suicida”, ou ainda “como cometer suicídio”.

FONTE: MEIO&MENSAGEM

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